sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cacuriá

Olá, eu já estava com saudades de postar aqui, mas vamos deixar isso de lado prosear com tu pouco mais....


Em pleno mês de junho, onde o norte e nordeste está em festa, quadrilhas, dançasm bois, pássaros e muito mais manifestações culturais estão "bombando" por todos os cantos.
Eu adoro ler, ou vir e assistir a todos os formatos de foguedos populares, mais um em especial tem me cativado bastante a alguns meses chama-se CACURIÁ, que surgiu assim como vários formatos de danças das festas religiosas como a FESTA DO DIVINO, um evento muito comum em quase todos as agrovilas, quilombos e pequenas aldeias populares. Por invenção de Alauriano Campos de Almeida, popular Lauro, em viagens ao município de Caxias no Maranhão em 1975 passou a ser reconhecida pelo governo maranhense como uma tradição cultural, também conhecido como "baile de caixas" e "banbo de caixas", tem o formato de dança em média de 10 pares que dançam em um cordão circular junto com as caixeiras, o centro do círculo é revezado entre rapazes e moças e algumas vezes por pares.

Dentre toda as belezas do Cacuriá, o ritmo das batidas de caixas repondida pelos brincantes provoca uma atração do espectador, que dificilmente se contém, iniciando a bater palmas, girar o corpo querendo entrar na belíssima dança.

Um dos grupos mais reconhecidos do Cacuría, é o "Cacuriá de Dona Teté":

"Em 1924, no Sítio da Conceição, bairro do Batatã, em São Luís do Maranhão. Veio ao mundo pelas mãos de uma parteira, em casa mesmo, como todos em sua família de oito irmãos. Passou a ser chamada de Teté no dia do seu batizado, a pedido do padre, que achava o nome Almeirice muito grande para uma menina tão pequenina.

Criada com a avó paterna e a madrinha – pois perdeu a mãe aos quatro anos de idade e o pai aos quatorze - Dona Teté passou a infância na rua do Cisco, hoje Riachuelo, no bairro do João Paulo. Aos 12 anos começou a trabalhar como empregada doméstica, ofício que só largou aos 58 para cantar cacuriá. Estudava em casa, fazendo cartilha, e cursou apenas a 1ª série do ensino fundamental. Não pôde continuar os estudos por não ter como pagá-los e, também, porque precisava trabalhar. Mas todas essas dificuldades não foram obstáculo para que sua estrela viesse a brilhar anos mais tarde.

Dona Teté define-se como autodidata. Confessa que aprendeu a tocar caixa aos oito anos de idade, “espiando” uma senhora chamada Maximiana, que morava perto de sua casa. Como ninguém da sua família gostava de participar de manifestações populares, ela teve que improvisar uma passagem na cerca do seu quintal para poder ter acesso à casa de dona Maximiana. “Eu aprendi olhando e escutando, ninguém me ensinou”, enfatiza sempre que é questionada sobre o assunto. Assim que aprendeu a tocar caixa, a pequena Teté passou a ser freqüentadora assídua de ladainhas e alvoradas. Sua inserção no mundo da cultura popular se deu por volta dos seus 50 anos, quando começou a participar das festividades do Divino Espírito Santo, promovidas pelo folclorista Alauriano Campos de Almeida, o ‘seu’ Lauro, na Vila Ivar Saldanha, em São Luís. Integrou também o tambor de crioula, mas sua grande paixão passou a ser a dança do cacuriá."

(Fonte: Jornal Cazumbá)

Desde então Dona Teté, faz do cacuriá sua dança, sua força e seu espírito, precisamos de muitas Teté que tenha tamanha coragem de continuar com a arte, toda a alegria que navega na correnteza de suas veias, parabéns a Dona Teté e todos as caixeiras e brincantes maranhenses.

Escute uma das modas de Cacuriá de Dona Teté:

Jabuti-Jacaré


em vídeo do Youtube:







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