terça-feira, 16 de junho de 2009

Arrastão do Pavulagem 2009.1 - 14/06

O primeiro domingo de Arrastão do Pavulagem (14/06), foi marcado por muita alegria ,tanto para os brincantes como para quem constroi essa grande elegria.

O tradicional arrastão iniciou na praça Princesa Isabel na Condor, com a saída do barco que transportou os mastros de São João, os bois Pavulagem, Malhadinho e o boi Orube que estreiou sua participação no barco Pavuleiro. Com muita animação que também ficou por conta do grupo de carimbó Sancari, a embarcação mais animada da quadra junina partiu pelas águas da Baía do Guajará rumo a escadinha da Praça Pedro Teixeira. Ali centenas de pessoas já esperavam com o coração repleto de alegria e com bastante emoção, pois ainda é notado que tanto os bois bumbás como os mastros ainda tem um significado expressivo para os devotos de São João, que se abençoam com os símbolos da festa junina.

Assim que os bumbás desceram, seguidos pelos mastros, deu-se início a mais um Arrastão do Pavulagem que tomou a avenia Pte. Vargas no centro de Belém; o público, neste momento já passava da casa dos mil que contagiados pelos ritmos e batidas que na frente era comando pelo projeto de extensão do Insituto Arraial do Pavulagem, o Boi Orube do Satélite onde cerca de 80 crianças e adolescentes regidos por João Paulo, eram aplaudidos. E muitos brincantes acompanhavam os foguedos do arrastão, como dos mastros, onde os homens e mulheres num forte ir e vir agitavam com as músicas que o tradicional Batalhão da Estrela com dançarinos, percussionistas e músicos de sopro, entoavam as novas e tradicionais canções do Pavulagem.

Na chegada na Praça da República, com a fincação dos mastros, era dada a abertura da quadra junina do Pavulagem que em 23 anos promove essa belíssima brincadeira na cidade de Belém.

O dia foi muito especial mesmo, tanto para o público brincante como para todos que organizam essa festa, com a entrega do espaço cedido pelo Governo do Estado através da Santa Casa de Misericórdia ao Instituto Arraial do Pavulagem, que agora passa a ter um endereço próprio e que certamente potencializará todas as ações que Instituto desenvolve ao longo do ano, viva!!!!

Mais a alegria não ficou por aí não, na sequência o público que ali já eram quase 20 mil pessoas, curtiram a banda Arraial do Pavulagem que encerrou mais um dos domingos mais alegres de junho em Belém. Até o domingo de 05 de julho que acontecerá o último Arrastão do Pavulagem, a alegria nas ruas de Belém e na Praça da República está garantida, então deixe a preguiça do domingão de lado, traga sua família e venha participar da brincadeira pública mais gostosa de Belém, e venha ser mais um pavuleiro de coração!!!

Inté o próximo domingo cumpadis!!!

Fotos: Kate Titan

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cacuriá

Olá, eu já estava com saudades de postar aqui, mas vamos deixar isso de lado prosear com tu pouco mais....


Em pleno mês de junho, onde o norte e nordeste está em festa, quadrilhas, dançasm bois, pássaros e muito mais manifestações culturais estão "bombando" por todos os cantos.
Eu adoro ler, ou vir e assistir a todos os formatos de foguedos populares, mais um em especial tem me cativado bastante a alguns meses chama-se CACURIÁ, que surgiu assim como vários formatos de danças das festas religiosas como a FESTA DO DIVINO, um evento muito comum em quase todos as agrovilas, quilombos e pequenas aldeias populares. Por invenção de Alauriano Campos de Almeida, popular Lauro, em viagens ao município de Caxias no Maranhão em 1975 passou a ser reconhecida pelo governo maranhense como uma tradição cultural, também conhecido como "baile de caixas" e "banbo de caixas", tem o formato de dança em média de 10 pares que dançam em um cordão circular junto com as caixeiras, o centro do círculo é revezado entre rapazes e moças e algumas vezes por pares.

Dentre toda as belezas do Cacuriá, o ritmo das batidas de caixas repondida pelos brincantes provoca uma atração do espectador, que dificilmente se contém, iniciando a bater palmas, girar o corpo querendo entrar na belíssima dança.

Um dos grupos mais reconhecidos do Cacuría, é o "Cacuriá de Dona Teté":

"Em 1924, no Sítio da Conceição, bairro do Batatã, em São Luís do Maranhão. Veio ao mundo pelas mãos de uma parteira, em casa mesmo, como todos em sua família de oito irmãos. Passou a ser chamada de Teté no dia do seu batizado, a pedido do padre, que achava o nome Almeirice muito grande para uma menina tão pequenina.

Criada com a avó paterna e a madrinha – pois perdeu a mãe aos quatro anos de idade e o pai aos quatorze - Dona Teté passou a infância na rua do Cisco, hoje Riachuelo, no bairro do João Paulo. Aos 12 anos começou a trabalhar como empregada doméstica, ofício que só largou aos 58 para cantar cacuriá. Estudava em casa, fazendo cartilha, e cursou apenas a 1ª série do ensino fundamental. Não pôde continuar os estudos por não ter como pagá-los e, também, porque precisava trabalhar. Mas todas essas dificuldades não foram obstáculo para que sua estrela viesse a brilhar anos mais tarde.

Dona Teté define-se como autodidata. Confessa que aprendeu a tocar caixa aos oito anos de idade, “espiando” uma senhora chamada Maximiana, que morava perto de sua casa. Como ninguém da sua família gostava de participar de manifestações populares, ela teve que improvisar uma passagem na cerca do seu quintal para poder ter acesso à casa de dona Maximiana. “Eu aprendi olhando e escutando, ninguém me ensinou”, enfatiza sempre que é questionada sobre o assunto. Assim que aprendeu a tocar caixa, a pequena Teté passou a ser freqüentadora assídua de ladainhas e alvoradas. Sua inserção no mundo da cultura popular se deu por volta dos seus 50 anos, quando começou a participar das festividades do Divino Espírito Santo, promovidas pelo folclorista Alauriano Campos de Almeida, o ‘seu’ Lauro, na Vila Ivar Saldanha, em São Luís. Integrou também o tambor de crioula, mas sua grande paixão passou a ser a dança do cacuriá."

(Fonte: Jornal Cazumbá)

Desde então Dona Teté, faz do cacuriá sua dança, sua força e seu espírito, precisamos de muitas Teté que tenha tamanha coragem de continuar com a arte, toda a alegria que navega na correnteza de suas veias, parabéns a Dona Teté e todos as caixeiras e brincantes maranhenses.

Escute uma das modas de Cacuriá de Dona Teté:

Jabuti-Jacaré


em vídeo do Youtube: